"Gira mundo, gira vida, gira-gira...gira, e me diz quando vai cessar a Era das Mudanças. Já estou farto dessa fartura de transformações inesperadas." - disse alguém certa vez.
Mudanças. Atingem até o mais sádico dos voivodas. E nem sempre são bem quistas.
Duvido, por exemplo, que o sanguinário do Vlad Tepes tenha gostado de ser passado para trás pelo irmão, perdendo, assim, seu trono.
Quem está no comando disso?
Vida, vida.
A vida é uma coletora de mudanças...cargo exercido sem nem ao menos uma especialização no assunto.
Nada de tratamento VIP para suas taças de cristal ou seus lençóis 100% algodão egípcio. Qual nada! Ela joga tudo num só baú, sem distinção.
A vida é bárbara!
Triste é que seria inútil afirmar que tal estratégia de ação é mal sucedida. Afinal de contas, quem somos nós para julgar os métodos da pioneira no mercado? Como a mais antiga do ramo, ela conquistou o direito de ousar. E como ousa! Ousa a ponto de deixar seus clientes, como diz o ditado, num mato sem cachorro (e sem a alternativa de caçar com o gato).
Ê, vida danada!
Espetacular é quando a vida opera alguma mudança e chega um fulano, metido a visionário, que diz "Deus sabe o que faz". Dá vontade de sentar-lhe a mão na cara! Por que meter Deus nos negócios da vida? E Ele tem nada com isso? Ela que se vire com as quedas da Bolsa. Deixemos o rei dos filantropos em paz.
A verdade é que "amigos, amigos, negócios à parte" é a lei do mercado. Quando a vida fura conosco, prontamente dizemos que ela é uma merda. Quando ela acerta com as mudanças, ô vidão bão sô!
A "marvada" é mesmo versátil. Porém, há coisas que não mudam nessa empresa de mudanças. A morte, por exemplo. O único "método" que nunca sai de moda, embora geralmente não seja a menina-dos-olhos dos clientes. Eles preferem ganhar na loteria, curar-se de doenças, casar... mas morrer, não.
Morrer é a última das mudanças, para a qual não há sistema de devolução ou de troca.
Morreu, e ponto.
Não há nada, nem ninguém, que mude isso.
Um comentário:
talvez por isso a morte seja tão incompreendida e mal-quista por todos: por ser a única coisa sobre a qual eles não conseguem se sentir capazes de exercer controle, muito embora em relação aos assuntos da vida mesmo eles só achem que podem controlar algo de fato.
Postar um comentário