quinta-feira, 30 de abril de 2009

Talvez a chave seja mesmo a solidão...


Inspiradores momentos ao lado do autofalante, ouvindo The Smiths...


Incrível constatar que a solidão já não é o bicho-papão dos contos mais antigos...trata-se de algo tão atual quanto essa inútil postagem.


Utilizando um antigo dizer...enfim, sós!

Idiotice, estupidez e derivados

O que se faz quando se está cansado do mundo idiota, com seus habitantes idiotas, que só pronunciam pensamentos idiotas, e que ainda se proliferam através da procriação, numa demonstração mor de extrema idiotice?
Suicídio, diriam alguns. Genocídio, diriam outros.
A verdade é que estamos fadados a conviver com os desmantelos de seres passageiros. Passageiros por permitirem que sua existência nesta dimensão se vá, sem nenhum questionamento, nenhuma ideia reveladora. Nada.
Nada também é o que considero haver dentro deles. Um imenso invólucro do vazio.
Muitas vezes me sinto eu própria um espécime desses. Não pelos mesmos motivos, mas pelo simples fato da existência do ditado: "Diga-me com quem andas, que te direi quem és."
Não é para se sentir idiota e estúpido depois disso?
O problema reside justamente em como fugir deles, para assim tornar-se menos estúpido.
Mas é estupidez pensar que se pode fazê-lo.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Queda

Sinto que o mundo escorrega por entre meus dedos...tentar segurá-lo é inútil.

Vai deslizando, sorrateiro, até que cai.

Cai e se espatifa no chão.

E ao se espatifar, revela algo novo.

Sua essência.

A essência da vida.
















[Jogue seu mundo abaixo.]

domingo, 26 de abril de 2009

Mídia intencionalmente desproporcional

O que dizer de um tempo, distante pouco mais de dois milênios do nascimento do visionário Jesus Cristo, no qual as necessidades dos povos ainda são resumidas a pão e água?
Ao menos JC conjurava vinho a partir da água...o único "vinho" que nos restou foi o sensacionalismo midiático.

É bem verdade que a relação (por mais absurdo que seja chamar assim) dominador/dominado conserva sua essência desde os primórdios. O ser humano acredita ser necessário subjulgar os outros seres para se sentir capaz.

Nesse ponto é que reside a semelhança com a mídia. Ela é a grande responsável pela manutenção do conformismo nas mentes dos desfavorecidos, auxiliando diretamente na ausência de cultura de qualidade no nosso país e subjulgando/tolhendo as capacidades individuais de escolha.

O que mais entristece é saber que, na lei, os espaços televisivo e radiofônico são de posse do povo, já que são fruto de concessões governamentais. No entanto, não há consciência disso entre a população, e os conglomerados continuam a ditadura da inutilidade de informações. Qual a importância de explorar um mesmo acontecimento durante uma semana inteira quando há outras notícias a serem apuradas?

O lucro. Essa é a importância. Aliás, é a única.

Orientar culturalmente um povo não é interessante para empresários, políticos e famílias envolvidas no lucrativo comércio de informações. O melhor é deixá-lo boiando nos mares da ignorância, e por que não dizer da inocência, pois assim será mais fácil moldá-lo a seu bel-prazer.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O escafandro e a borboleta (de Julian Schnabel)

Incrível a capacidade de criação dos franceses...

O que é um único olho como ângulo cinematográfico senão um serpeante caminho rumo aos verdejantes vales da salvação? Principalmente quando já se está à beira de um ataque de nervos frente à mera possibilidade de o cinema francês terminar encurralado na convenção 'Amélie Poulain'.
Mas, calma! Antes que os amantes do casório verde-vermelho saquem as pedras e desentolem os chicotes, deixe-me explicar. Não é que, absolutamente, não goste de Amélie. Ao contrário, considero-a uma criatura essencialmente humana. No entanto, haveremos de convir que "rotas" diversas são necessárias, não apenas na sétima arte, mas em todas. A mesmice não é arte, é decoração.

Jean-Dominique Bauby. Confesso que prefiro Jean-Do. Que seja, então!
Jean-Do. Borboleta. Aprisionada num escafandro. Mas não nas condições usuais, nas quais o escafandro seria um eficiente protetor para seres não-aquáticos quando em contato com as profundezas marinhas.
Não. Dessa vez, o escafandro vem sob o papel de "porta-grilhões", atando a borboleta-sedenta-de-vida às suas próprias memórias, obrigando-a a repensar atitudes, decisões.

Atou-a à liberdade. A liberdade que vem colada ao fim das ilusões, do imediato, do avassalador. A liberdade que dói.
A dor de Jean-Do reside em sua própria existência. E nesse ponto, nós, humanos, somos todos "farinha do mesmo saco". Afinal, o que são nossas dores, sejam de ordem física ou psicológica, senão frutos do escafandro chamado existência?