sábado, 25 de julho de 2009

Because I want you, too.

Sophia era só lágrimas. De fato, era improvável compreender o que havia se passado entre mim e minha paixão. Eu, pelo menos, por mais que quisesse, não sabia como explicar-lhe. E mesmo se soubesse, ela não entenderia.

Foi uma coisa de momento. Um momento que jamais passou, que não acabou.

Eu amava Sophia, disso estava certo, não havia discussão. Todavia, quem disse que o amor é suficiente? Pode crer que o nariz começará a crescer por esses dias...

Gostaria, sim, que amor e paixão seguissem sempre de braços dados, como pai e filha, quando da caminhada ao altar.
Pena. Não é assim.

Minha amada não perdoaria a paixão súbita que assolou meu ser por completo. Evidente que não. O que ela afirma sentir por mim é o conjunto da obra, amor + paixão, unidos num mesmo invólucro. Como argumentar diante disso?

No fim, terminarei sozinho, sem nem, ao menos, poder dizer que será assim como vim ao mundo. Minha paixão derreteu-se de ardor por meu irmão, gêmeo.

Não se pode mesmo ser feliz. Isso não existe. O que existe são momentos de prazer, de plenitude. Mas já não exijo tal da vida. Derramei ralo abaixo o que ela me deu.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cansaço

Se fosse por um motivo vão, talvez estivesse mais contente, quiçá feliz e saltitante, em escrever/digitar essas linhas. Todavia, minhas razões geralmente são consistentes e vívidas. Aliás, mais do que seria desejável.

Sem dúvida alguma, não me farei entender. Afinal, de que importa o entendimento do incompreensível? Pois é disso que se trata o meu campo (pensante) de ação atual: aquilo que as sinapses não processam; aquilo que vão passando umas às outras apenas porque o estímulo é irresistível, e não porque acreditam que a mensagem merece chegar ao seu destino.

Mensagem. Quão infinito pode ser seu significado! Nem ousaria mencionar alguns, para não ficar em falta com outros tantos.

O que dizer do recebimento de uma mensagem que não se compreende? Que a providência divina está por trás de tudo? Puft. Mais fácil atingir o ponto de cozimento da canjica.

Enfim, cansei. Vou-me embora pra Pasárgada.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

New fairytale: lovestory.

Fantástica a menção que muitos fazem ao amor. Fato é que a maioria esmagadora da humanidade desconhece o que seja. Atualmente, essa maioria me inclue. Não sei dizer ao certo quando começaram minhas reflexões a respeito, mas este dado deve estar arquivado em algum lugar ermo do meu cérebro. A verdade é que não existe uma verdade. Especialmente tratando de temas controversos. Ao menos descobri algo além do óbvio com aquela ligação fora de hora.

A moça tinha uma voz esganiçada e, embora uma sucessão de cortes estivesse atormentando aquele telefonema, percebi que não era voz de choro ou desespero. Se era algo, era escárnio.
Ela desdenhava de mim. Da minha credulidade. Da minha ingenuidade. Admito: se estivesse em seu lugar, também me consideraria risível.

Quanta bobagem ainda se é capaz de fantasiar aos cinquenta anos! Eu havia mesmo acreditado que vivia uma lovestory. Insisti em lutar contra a maré de experiências vividas e contra a avalanche de rugas adquiridas, só pelo prazer fictício que fora trazido pelos ventos do desejo.

Ah, ele tinha a leveza da juventude!
Eu quis relembrar essa leveza tão desesperadamente, que cedi. Me entreguei aos seus encantos...como é sutil o riso de um jovem! É natural, sublime! Aquilo, para mim, era um tipo de redenção.
Como poderia eu resistir à redenção?

Mas tudo era mentira. Farsa. Ilusão.

Apesar de me ter feito sentir patética, e apesar de seu tom desdenhoso, devo admitir que a mocinha me fez um favor: me arrancou daquele fairytale brilhante, para, enfim, me jogar na realidade escrota que são os relacionamentos "amorosos" "humanos".