Encerrei-me. Este é o sentimento. Lacrei as cancelas de meu ser e, no íntimo, me fechei para o mundo "real". Havia já algum tempo que não me parecia sólida a ideia da conversação. Falar de quê, para quê e, principalmente, com quem?
Tive de me acostumar ao fato de não ser mais necessário, de minha existência ter sido reduzida ao pó. Quem quer que insista que digo sandices é louco.
Perdi o poder de sentir a brisa leve das montanhas em meu rosto. Já não enxergo o azul do céu nem percebo o olhar melancólico e preocupado de meu cão. Pobre Eddie. Como estará sem meus afagos e sem nossos passeios intermináveis pelo parque?
Não sei onde meus pés me levam. Não vejo, não sinto, não ouço, não falo. Só escrevo. Escrevo cartas, das mais diversas. Talvez seja um prazer comum aos expatriados. Pena que do lugar donde parti não há escapatória...
É possível fugir de si mesmo?
Tive de me acostumar ao fato de não ser mais necessário, de minha existência ter sido reduzida ao pó. Quem quer que insista que digo sandices é louco.
Perdi o poder de sentir a brisa leve das montanhas em meu rosto. Já não enxergo o azul do céu nem percebo o olhar melancólico e preocupado de meu cão. Pobre Eddie. Como estará sem meus afagos e sem nossos passeios intermináveis pelo parque?
Não sei onde meus pés me levam. Não vejo, não sinto, não ouço, não falo. Só escrevo. Escrevo cartas, das mais diversas. Talvez seja um prazer comum aos expatriados. Pena que do lugar donde parti não há escapatória...
É possível fugir de si mesmo?