terça-feira, 8 de dezembro de 2009

I know that you don't want me right

O quarto girava a cada novo passo. À medida que eu caminhava, sentia uma espécie de formigamento na sola dos pés.

Eu havia me doado, quase que incondicionalmente. Mas nesse caso, a dor não era a de uma mãe que descobre que o filho está no caminho errado. Era algo mais para o surreal, indefinido e imaterial. E, apesar de a sensação não ser palpável, era imensamente pesada.

A culpa pode ter sido minha. De fato, enganei a mim mesma. Mas não havia o que ser feito. Me envolvi com Benny e ele se envolveu comigo. Só não sabia que já existia um envolvimento anterior a mim, no qual repousavam três belas crianças, casa na praia e um cachorro. A esposa era só a cereja do bolo.

Pensei em cogitar que se separasse, que ficasse comigo. No entanto, percebi, um pouco tarde, é verdade, que eu era o elo solto da história. Eu era quem deveria sumir, era de quem ele deveria se divorciar.

E assim o fiz. Pedi que não me procurasse mais.

A minha bela criança só seria mais um fio fora da meada.

Um comentário:

Baby disse...

gostei do blog, beeeem tua cara Lore, saudade!
beijooo