quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

You are the only exception.

Abro os olhos. Estou só. Tomo café com meu pai. Estou só. Fecho a porta, encontro um vizinho e pego o elevador. Estou só. Ando duas quadras com pessoas esbarrando em mim a cada três passos. Estou só. Adentro o auditório da faculdade e espero pela palestra sentado junto a meus colegas de turma. Estou só. Ouço, bem próximo, durante o almoço, o burburinho das fofocas sobre a última festa. Estou só. Alguém na mesa me pede para passar o sal e, ainda que da existência desse contato direto, continuo só.

Só percebo a beleza do abandono da solidão quando vejo seu rosto sorrindo de dentro do carro, quando vem me buscar para nossos encontros-surpresa. E a partir daí nada mais importa. Não me importam as conversas vazias e sem sentido. Não me importam os dias que findam sem serem vividos. Não me importam os milhares de "bons-dias" que dei ao porteiro para receber um "de nada" em retorno. Não me importam as noites passadas em claro, já que não contava nem com a companhia do sono. Não me importam as lembranças de uma solidão infligida por tudo e por todos.

O que me importa é que a única exceção me sorri, abre os braços e me recebe com um beijo, seguido de um abraço, para matar qualquer saudade. Solidão? Não. Com você.

Um comentário:

Beatriz Barros Braga disse...

como me disseste um dia "o amor é mesmo o rei das metamorfoses"