segunda-feira, 12 de março de 2012

Uma "martarida" para a bela dona!


Pensava que seria mamão com açúcar, tadinha... não sabia que relacionamentos sempre dão bronca.

Essa era Marta.

E Marta viveu muitos amores e desamores assim, sem saber. Ia levando, empurrando daqui, puxando de lá, e deixa que acabavam, esmoreciam, desbotavam... como maquiagem safada.

Não ia a conhecimento público os porquês nem praquês das coisas. Bastava apenas informar que Marta havia despedaçado mais um pobre coração. Mas não fazia por gosto, não. Como se disse, "pensava que seria mamão com açúcar". Só que não era.

E ainda tinha o fato de Marta gostar de um troço chamado liberdade. Gostava tanto que até pensava em pintar para sempre no colo, pertinho do coração, aqueles passarinhos em movimento. Gostava era de ser livre, para poder comer quanto mamão com açúcar quisesse, na companhia de quem quer que o ofertasse.

"Gente boba essa!", pensava ela sempre que abria a janela do quarto, no primeiro andar do sobradinho, e olhava para baixo, para as "martaridas" que os moleques despetalavam e jogavam no batente da porta de entrada. Era já uma crendice do povo, como quem manda um sinal de conforto aos corações desgraçados que Marta deixou para trás e outro sinal, desta vez de consolo, aos muitos que ainda virão.

Gostoso é que, nos finais das contas, tudo gira em torno do bem-querer e mal-querer da mocinha dos cabelos de fogo, olhos de oceano e pele de nuvem. Mas não é ela quem passa o cartão ou paga os dez por cento... a conta é do freguês.

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