sexta-feira, 3 de julho de 2009

New fairytale: lovestory.

Fantástica a menção que muitos fazem ao amor. Fato é que a maioria esmagadora da humanidade desconhece o que seja. Atualmente, essa maioria me inclue. Não sei dizer ao certo quando começaram minhas reflexões a respeito, mas este dado deve estar arquivado em algum lugar ermo do meu cérebro. A verdade é que não existe uma verdade. Especialmente tratando de temas controversos. Ao menos descobri algo além do óbvio com aquela ligação fora de hora.

A moça tinha uma voz esganiçada e, embora uma sucessão de cortes estivesse atormentando aquele telefonema, percebi que não era voz de choro ou desespero. Se era algo, era escárnio.
Ela desdenhava de mim. Da minha credulidade. Da minha ingenuidade. Admito: se estivesse em seu lugar, também me consideraria risível.

Quanta bobagem ainda se é capaz de fantasiar aos cinquenta anos! Eu havia mesmo acreditado que vivia uma lovestory. Insisti em lutar contra a maré de experiências vividas e contra a avalanche de rugas adquiridas, só pelo prazer fictício que fora trazido pelos ventos do desejo.

Ah, ele tinha a leveza da juventude!
Eu quis relembrar essa leveza tão desesperadamente, que cedi. Me entreguei aos seus encantos...como é sutil o riso de um jovem! É natural, sublime! Aquilo, para mim, era um tipo de redenção.
Como poderia eu resistir à redenção?

Mas tudo era mentira. Farsa. Ilusão.

Apesar de me ter feito sentir patética, e apesar de seu tom desdenhoso, devo admitir que a mocinha me fez um favor: me arrancou daquele fairytale brilhante, para, enfim, me jogar na realidade escrota que são os relacionamentos "amorosos" "humanos".

Um comentário:

Alexandre Cunha disse...

Ah, eu aindo teimo em crer que os fairytales, um dia, tenham um final feliz. Let me dream (:

Foda, foda! (O anterior também tá do cacete)