quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sentenciado a não pensar

Conto de um fulano.


Antigamente, era considerado um ser pensante e chicaneiro. No momento, porém, trata-se apenas de mais um bolchevique distraído confabulando com neoliberais.
Fleumático, estafermo, por vezes até ignorado e humilhado. Mero animal banido, assimétrico, hesitante, estabanado e lamuriante. Intruso em seu próprio neologismo, como acontece a alguns juvenis misantropos.
É destratado por bigorrilhos empedernidos nas biroscas mundo afora. Na hora bate a cólera, mas, previsivelmente, a máscara de furibundo cai no instante seguinte, pois já é tempo de retornar à confraria dos guitarristas grogues.
Esta criatura não é um biscateiro denodado ou um burguês soberbo, muito menos um zé-ninguém saliente. É sim um batuta na arte da sobrevivência!
Afinal, se não pode com o inimigo, fuja dele.

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