segunda-feira, 25 de maio de 2009

Letters...from Mary to Joe.

Querido Joe,
Quem penso que sou para ousar ludibriar a mim mesma? É cabível  enganar o próprio cérebro com falsos pensamentos de que está tudo bem em viver uma "realidade ilusória"?
O encanto mora nas conversas que teimo em adiar comigo mesma, mas que sempre, invariavelmente, acabam por vir à tona.
Gostaria de ter controle sobre o que sinto, especialmente agora. Dar brecha a tal sentimento, no momento, pode ocasionar o arremesso de meu coração a piranhas famintas de carne e a algozes sedentos de sangue.
Me digas que posso. No entanto, só o faças se for mesmo possível. 
Desisti da meia-luz dos candelabros. Anseio pelo ardor dos raios solares em meus olhos. Se não puder gozar disso, melhor mergulhar de vez na densa escuridão das profundezas oceânicas, e me tornar um ser abissal.
Talvez este não seja o modo mais indicado de desabafo. Desculpe. Acontece que me sinto mais confortável com as palavras escritas do que com aquelas proferidas, pronunciadas.
Entendimento, provavelmente, não é o caso. Sem maiores implicações. Apenas uma mísera solução?
Nunca aprendi como resolver equações de segundo grau, e esta parece ser uma daquelas elevadas à zilionésima potência. Poderias tu?
Ah, se soubesses como é indescritivelmente duro isso de sentir! Ainda mais quando se evitou, fortemente, durante toda a vida.
É como a abertura das comportas de uma represa após dias e mais dias de chuva incessante.
Encontraste, no que antes era um espectro sentimental, alguém que te ama. O que sentes tu?

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